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Escola de Vila Verde é palco de três sessões dos CiCli-Labs

Estudantes elaboraram questões para entrevistar os atores sociais

Os/as alunos do 10º, 11º e 12º ano da Escola Secundária de Vila Verde, juntamente com as suas professoras de Geografia, debateram, ao longo do primeiro semestre de 2022, fenómenos associados às alterações climáticas que têm se intensificado no concelho.

Após a recolha e análise de provérbios populares relacionados com a meteorologia, seguidos da aplicação de questionários na comunidade, os/as jovens focaram a sua investigação nas possíveis mudanças sentidas em comparação com os ditados populares. Questões como as ondas e ilhas de calor emergiram como os problemas climáticos locais mais preocupantes.

Estes problemas, bem como as suas causas e consequências para a região, foram o ponto de partida das sessões de Laboratórios Climáticos Colaborativos (Cicli-Labs) com o objetivo de potenciar diálogo e cocriação de soluções acionáveis.

Para isso, três sessões de Cicli-Labs promoveram atividades de articulação entre atores de diversos setores, incluindo a Dra. Ana Carvalho, da CIM Cávado; o Dr. Manuel Lopes, vereador da Câmara Municipal de Vila Verde; a empresária Ana Almeida, da Associação Empresarial Vale do Homem; o empresário e professor Francisco Bezerra, da Cooperativa Agrícola; o Dr. Pdro Augusto, membro da Associação Terras do Cávado; os ativistas Patrícia Barroso, Alexandre Monteiro e Teresa Vargas, da Rebelião Climática; e a Doutora Carmen Gonçalves, investigadora do Centro de Física (CF-UM-UP), da Universidade do Porto.

Estas sessões tiveram como objetivo construir um plano colaborativo de adaptação climática, privilegiando o trabalho de investigação conduzido pelos/as jovens estudantes e potenciando a partilha de conhecimentos e discussões sobre cidadania, política e clima.

As três sessões de CiCli-Labs ocorreram nos dias 11 de maio, 25 de maio e de junho, no Laboratório de Aprendizagem da Escola. Inicialmente, os/as jovens criaram a Árvore do Problema Climático, representando as causas e efeitos das mudanças meteorológicas na região de Vila Verde. A partir disto, foram debatidas possíveis soluções a colocar em prática.

Jovens e atores sociais debatem possíveis soluções às ondas e ilhas de calor em Vila Verde

Do debate entre os/as participantes, destacaram-se duas sugestões: gratuidade do transporte público e incentivo às energias renováveis. Para os/as estudantes, a criação de um benefício verde aos cidadãos dispostos a instalar painéis solares foi a solução que reuniu maior consenso.

Para a implementação desta ideia, jovens sugeriram também a redução do IMI face à certificação energética das habitações. Neste sentido, cada ator local participante expôs contributos que, na sua área, poderiam ajudar a colocar em prática as propostas de soluções avançadas pelos/as jovens.

Da parte dos/as estudantes de Vila Verde, mostrou-se importante também coletar dados a respeito da perceção da população sobre questões como os painéis solares, por exemplo, com o objetivo de elaborar estratégias de adaptação climática mais eficazes para a comunidade.

No próximo ano, será dado seguimento a estas propostas para resolução do problema climático em Vila Verde, com a articulação de estratégias de implementação das ideias debatidas nos CiCli-Labs.

O objetivo será desenvolver, por meio do diálogo entre estudantes e atores sociais locais, estratégias de incentivo para o uso de energias renováveis em Vila Verde. Por fim, espera-se que estes laboratórios apontem possíveis caminhos colaborativos de adaptação climática para o fortalecimento da resiliência local neste concelho.

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ClimActiC dinamiza laboratórios colaborativos climáticos, em escolas do Norte de Portugal, com estudantes, docentes e atores comunitários

A equipa do Projeto ClimActiC realizou, entre abril e junho deste ano, 15 sessões de laboratórios colaborativos climáticos (CiCli-Labs). 

Os laboratórios ocorreram em oito escolas de sete regiões do Norte de Portugal: Vila Nova de Gaia, Caminha, Vila Nova de Cerveira, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Paços de Ferreira, Peso da Régua e Vila Verde.  

Os CiCli-Labs reuniram jovens estudantes do 7º ao 12º ano, de escolas do Norte de Portugal, agentes económicos, decisores políticos locais e regionais, além de representantes de ONGs e ativistas.

Participaram ainda das sessões investigadores/as do Centro de Psicologia da Universidade do Porto (CPUP), do Laboratório Associado – Laboratório de Processos de Separação e Reacção e Laboratório de Catálise e Materiais (LSRE-LCM) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do Centro de Física – Universidade do Minho – Universidade do Porto (CF-UM-UP)

Mapeamento Colaborativo no Agrupamento de Escolas João Araújo Correia (Peso da Régua)

As atividades realizadas tiveram por objetivo promover  diálogo e cocriação entre cientistas, jovens, ativistas, agentes económicos e decisores políticos. O ponto de partida destes laboratórios residiu em trabalho que jovens estudantes realizaram previamente nas suas escolas de identificação e pesquisa sobre os problemas climáticos locais que mais os preocupavam.

Nesta primeira edição dos CiCli-Labs, foram trabalhados os seguintes problemas climáticos locais:

Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira: incêndios florestais e desflorestação
Ao questionarem a comunidade sobre os principais problemas ambientais da localidade, estudantes identificaram os incêndios e a desflorestação. Além disso, os e as jovens também indetificaram que estes são provocados por fatores como: aumento das temperaturas em nível global, diminuição de precipitação, construções humanas, exploração agrícola e florestal, doenças fitossanitárias e introdução de espécies invasoras.

Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha: incêndios e subida do nível médio da água do mar e do rio
Por ter a Mata Nacional do Camarido como ligação entre a Foz do Minho e a Praia de Moledo, o problema climático local identificado pelos e pelas jovens mostrou-se complexo. O trabalho dos e das estudantes revelou que, enquanto o aumento do nível médio da água é causado por questões como o degelo, os incêndios são provocados pelo aumento da temperatura e pela falta de limpeza das matas.

Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves: cheias
A partir da recolha de imagens de cheias históricas do rio Tâmega, alunos e alunas desta escola identificaram que a intensidade das cheias e os prejuízos materiais provocados são um problema preocupante. Embora a diminuição da precipitação tenha causado também a redução das cheias, estas, quando ocorrem, são ainda mais intensas. O trabalho dos e das estudantes mostrou ainda que, entre os fatores responsáveis pelas cheias, estão a precipitação abundantes, os solos impermeáveis, a falta de vegetação, a construção ao longo das margens do rio e a poluição.

Árvore do Problema Climático no Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins

Agrupamento de Escolas Gaia Nascente: alterações climáticas e migração de aves
A partir da perceção da comunidade, estudantes de Gaia identificaram que certas espécies de aves – nomeadamente, cegonhas – permanecem mais tempo e em maior quantidade em Portugal. Especificamente em Gaia, um concelho com frente para o mar e para o rio, além de várias áreas industriais, a hipótese dos e das estudantes é de que o problema da migração de aves é causado por questões como o aquecimento global, a poluição, a falta de alimento, a destruição de habitats e o comportamento humano. Todas estas questões causam a diminuição da biodiversidade.

Agrupamento de Escolas João Araújo Correia, em Peso da Régua: alterações climáticas na viticultura
O ponto de partida dos e das estudantes nesta escola foi a questão: De que forma as alterações climáticas estão a afetar a data da colheita das uvas, a quantidade e a qualidade do vinho e o seu teor alcoólico? Foram identificados como problemas principais a antecipação do momento da vindima; a alteração do ciclo vegetativo; o stress hídrico; a antecipação da maturação; o aumento da erosão dos solos; a redução da fertilidade, vigor e perenidade das vinhas; a redução da quantidade e qualidade dos recursos hídricos; as alterações na fisiologia da videira; o aumento da incidência e tipologia de pragas e doenças.

Escola Básica de Frazão, em Paços de Ferreira: mudanças de paisagem e urbanização
Estudantes entrevistaram familiares e amigos para identificar as alterações climáticas dos últimos 30 anos no concelho de Paços de Ferreira. Se, por um lado, notaram que há casas melhores e mais confortáveis, além de estradas, fábricas e escolas em melhores condições, por outro há menos biodiversidade, solos mais pobres, poluição do ar e menos convívio entre vizinhos. Pretende-se aprofundar o trabalho no próximo ano letivo na tentativa de melhorar os espaços verdes do concelho, além de combater a poluição.

Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros: seca e perdas d’água
Ao identificarem que a seca e o desperdício de água são problemas preocupantes em Macedo de Cavaleiros, intensificados pelas alterações climáticas, estudantes aprofundaram nos CiCli-Labs o debate em torno da questão. Associada à esta temática, preocupam sobretudo a falta de água e a diminuição da produção agrícola. Nos laboratórios, foram debatidas medidas individuais e coletivas que podem ser implementadas para colmatar a problemática.

Escola Secundária de Vila Verde: mudanças meteorológicas – ilhas e ondas de calor
Ao perceberem que o mês de abril estava menos chuvoso, e os meses de outubro e março mais quentes, estudantes concluíram que a modificação climática em Vila Verde afeta diretamente a qualidade dos produtos agrícolas, sobretudo em função da falta de água. Também concluíram que a responsabilidade destas alterações é do comportamento humano. Após pesquisa de provérbios climáticos que deixaram de fazer sentido, estudantes debaterem soluções que poderão ser desenvolvidas para a adaptação climática no concelho.

Estudantes da Escola de Vila Verde desenvolvem questões do Speed Climate Dating

Através de diferentes metodologias participatórias, os CiCli-Labs partiram do problema climático comunitário em que os/as jovens trabalharam nas suas escolas. Este é o catalisador para uma discussão ampla e alargada com diversos atores convidados a participar nos laboratórios (investigadores, agentes económicos, ativistas, políticos locais e intermunicipais).

A ligação entre cidadania, ciência e políticas públicas desenvolveu-se ao longo de um conjunto sequencial de sessões e atividades, que incluíram a produção de recursos visuais e documentais, visando a discussão conjunta de, por exemplo, causas e efeitos climáticos, extensão territorial dos problemas climáticos, possíveis soluções climáticas, contributos específicos de cada ator e entidade representada na operacionalização de soluções climáticas.

Assim, diferentes modelos de coprodução de conhecimento e cocriação de soluções foram mobilizados para permitir uma colaboração continuada que conduza ao desenho participativo de um plano de adaptação climático.

As experiências dos estudantes que participaram dos Cicli-Labs foram partilhadas no 1º Seminário ClimActiC, realizado em 1 de julho, na FPCEUP. Com o tema “Jovens e cidadania pelo clima”, o Seminário reuniu 104 pessoas – entre elas, 71 eram docentes e estudantes das escolas parceiras do ClimActiC. 

Os laboratórios foram coordenados pela equipa do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP). O projeto é financiado pelo NORTE-01-0145-FEDER-000071.

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ClimActiC organiza o seminário “Jovens e cidadania pelo clima” na FPCEUP

Apresentação dos resultados do primeiro ano do ClimActiC no auditório da FPCEUP

Com o tema “Jovens e cidadania pelo clima”, o 1º Seminário do Projeto ClimActiC decorreu na tarde de 1 de julho, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).

No total, 104 pessoas participaram no evento, incluindo docentes e estudantes de 8 escolas do Norte de Portugal parceiras deste projeto: Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha; Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira; do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, de Chaves; do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente; do Agrupamento de Escolas João Araújo Correia, de Peso da Régua; da Agrupamento de Escolas de Vila Verde; da Escola Básica de Frazão e do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros.

Receção de participantes

O Seminário contou ainda com a presença de 33 representantes da sociedade civil bem como de atores sociais envolvidos no Projeto ClimActiC, incluindo representantes da Comunidade Intermunicipal (CIM), do Movimento Onda Verde, da Greve Climática Estudantil (GCE) e da Rebelião Climática.

Das 13h30 às 17h30, o programa do seminário incluiu a sessão de abertura, seguida da apresentação dos resultados do primeiro ano do Projeto e uma mostra de posters desenvolvidos pelos estudantes das 8 escolas parceiras. Incluiu, ainda, uma mesa-redonda com estudantes, docentes e atores sociais que participaram nas atividades do ClimActiC.

Após a sessão de abertura, coordenada por Isabel Menezes (CIIE/FPCEUP), coordenadora do ClimActiC, Ana Cristina Torres e Carla Malafaia (CIIE/FPCEUP) apresentaram os resultados do primeiro ano do ClimActiC, período durante o qual foram desenvolvidos projetos comunitários escolares (perfis comunitários) e foram dinamizadas 15 sessões de laboratórios colaborativos (CiCli-Labs), em oito escolas de sete regiões do Norte de Portugal.

Mostra de posters

Os estudantes apresentaram os projetos desenvolvidos nas suas escolas e comunidades, no âmbito do ClimActic, através de posters, que espelharam a exploração de diversos problemas e soluções climáticas nas diferentes regiões.  A discussão dos posters envolveu investigadores/as e professores/as da FPCEUP.

Por fim, a mesa-redonda contou com a participação de oito parceiros do Projeto ClimActiC: três estudantes, dois docentes, uma representante da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, uma representante da Greve Climática Estudantil (GCE) e uma representante da Rebelião Climática.

Nesta mesa-redonda, foram partilhadas as experiências de participação nas atividades do projeto ClimActiC, nomeadamente, no que se refere ao desenvolvimento dos perfis comunitários nas escolas e à participação nas sessões CiCli-Labs. Esta mesa-redonda foi moderada e dinamizada pelas duas bolseiras do projeto: Juliana Lima e Bruna Pereira.

Este evento foi organizado pela equipa do Projeto ClimActiC, do  Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da FPCEUP. O projeto é financiado pelo NORTE-01-0145-FEDER-000071.

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