No âmbito do Projeto ClimActiC, participaram numa oficina de formação, de 50 horas, em b-learning, quinze docentes do ensino básico e secundário do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira; do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente; do Agrupamento de Escolas João Araújo Correia (Peso da Régua); da Escola Secundária de Vila Verde; do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros e do Agrupamento de Escolas de Frazão.
A formação desenvolveu temas relacionados com os “Desafios locais e globais da ação climática e suas implicações na educação para a cidadania”; a “Participação cívica e política de jovens nas questões climáticas e ambientais”; os “Perfis comunitários em contextos educativos”; a “Investigação participativa: papéis, processos e metodologias”; e a “Partilha e reflexão sobre as experiências de perfis comunitários nas escolas”.
As sessões de formação envolveram uma vasta equipa de investigadores dos vários centros de investigação parceiros no projeto, bem como investigadoras convidadas, coordenadas pela equipa de investigadoras do CIIE-FPCEUP. A formação terminou com o Seminário de dia 1 de julho, onde docentes e estudantes tiveram a oportunidade de partilhar as suas experiências nas escolas e os efeitos que as mesmas tiveram ao nível de aprendizagens e desenvolvimento pessoal, académico e profissional.
A equipa do Projeto ClimActiC realizou, entre abril e junho deste ano, 15 sessões de laboratórios colaborativos climáticos (CiCli-Labs).
Os laboratórios ocorreram em oito escolas de sete regiões do Norte de Portugal: Vila Nova de Gaia, Caminha, Vila Nova de Cerveira, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Paços de Ferreira, Peso da Régua e Vila Verde.
Os CiCli-Labs reuniram jovens estudantes do 7º ao 12º ano, de escolas do Norte de Portugal, agentes económicos, decisores políticos locais e regionais, além de representantes de ONGs e ativistas.
As atividades realizadas tiveram por objetivo promover diálogo e cocriação entre cientistas, jovens, ativistas, agentes económicos e decisores políticos. O ponto de partida destes laboratórios residiu em trabalho que jovens estudantes realizaram previamente nas suas escolas de identificação e pesquisa sobre os problemas climáticos locais que mais os preocupavam.
Nesta primeira edição dos CiCli-Labs, foram trabalhados os seguintes problemas climáticos locais:
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira: incêndios florestais e desflorestação Ao questionarem a comunidade sobre os principais problemas ambientais da localidade, estudantes identificaram os incêndios e a desflorestação. Além disso, os e as jovens também indetificaram que estes são provocados por fatores como: aumento das temperaturas em nível global, diminuição de precipitação, construções humanas, exploração agrícola e florestal, doenças fitossanitárias e introdução de espécies invasoras.
Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha: incêndios e subida do nível médio da água do mar e do rio Por ter a Mata Nacional do Camarido como ligação entre a Foz do Minho e a Praia de Moledo, o problema climático local identificado pelos e pelas jovens mostrou-se complexo. O trabalho dos e das estudantes revelou que, enquanto o aumento do nível médio da água é causado por questões como o degelo, os incêndios são provocados pelo aumento da temperatura e pela falta de limpeza das matas.
Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves: cheias A partir da recolha de imagens de cheias históricas do rio Tâmega, alunos e alunas desta escola identificaram que a intensidade das cheias e os prejuízos materiais provocados são um problema preocupante. Embora a diminuição da precipitação tenha causado também a redução das cheias, estas, quando ocorrem, são ainda mais intensas. O trabalho dos e das estudantes mostrou ainda que, entre os fatores responsáveis pelas cheias, estão a precipitação abundantes, os solos impermeáveis, a falta de vegetação, a construção ao longo das margens do rio e a poluição.
Agrupamento de Escolas Gaia Nascente: alterações climáticas e migração de aves A partir da perceção da comunidade, estudantes de Gaia identificaram que certas espécies de aves – nomeadamente, cegonhas – permanecem mais tempo e em maior quantidade em Portugal. Especificamente em Gaia, um concelho com frente para o mar e para o rio, além de várias áreas industriais, a hipótese dos e das estudantes é de que o problema da migração de aves é causado por questões como o aquecimento global, a poluição, a falta de alimento, a destruição de habitats e o comportamento humano. Todas estas questões causam a diminuição da biodiversidade.
Agrupamento de Escolas João Araújo Correia, em Peso da Régua: alterações climáticas naviticultura O ponto de partida dos e das estudantes nesta escola foi a questão: De que forma as alterações climáticas estão a afetar a data da colheita das uvas, a quantidade e a qualidade do vinho e o seu teor alcoólico? Foram identificados como problemas principais a antecipação do momento da vindima; a alteração do ciclo vegetativo; o stress hídrico; a antecipação da maturação; o aumento da erosão dos solos; a redução da fertilidade, vigor e perenidade das vinhas; a redução da quantidade e qualidade dos recursos hídricos; as alterações na fisiologia da videira; o aumento da incidência e tipologia de pragas e doenças.
Escola Básica de Frazão, em Paços de Ferreira: mudanças de paisagem e urbanização Estudantes entrevistaram familiares e amigos para identificar as alterações climáticas dos últimos 30 anos no concelho de Paços de Ferreira. Se, por um lado, notaram que há casas melhores e mais confortáveis, além de estradas, fábricas e escolas em melhores condições, por outro há menos biodiversidade, solos mais pobres, poluição do ar e menos convívio entre vizinhos. Pretende-se aprofundar o trabalho no próximo ano letivo na tentativa de melhorar os espaços verdes do concelho, além de combater a poluição.
Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros: seca e perdas d’água Ao identificarem que a seca e o desperdício de água são problemas preocupantes em Macedo de Cavaleiros, intensificados pelas alterações climáticas, estudantes aprofundaram nos CiCli-Labs o debate em torno da questão. Associada à esta temática, preocupam sobretudo a falta de água e a diminuição da produção agrícola. Nos laboratórios, foram debatidas medidas individuais e coletivas que podem ser implementadas para colmatar a problemática.
Escola Secundária de Vila Verde: mudanças meteorológicas – ilhas e ondas de calor Ao perceberem que o mês de abril estava menos chuvoso, e os meses de outubro e março mais quentes, estudantes concluíram que a modificação climática em Vila Verde afeta diretamente a qualidade dos produtos agrícolas, sobretudo em função da falta de água. Também concluíram que a responsabilidade destas alterações é do comportamento humano. Após pesquisa de provérbios climáticos que deixaram de fazer sentido, estudantes debaterem soluções que poderão ser desenvolvidas para a adaptação climática no concelho.
Através de diferentes metodologias participatórias, os CiCli-Labs partiram do problema climático comunitário em que os/as jovens trabalharam nas suas escolas. Este é o catalisador para uma discussão ampla e alargada com diversos atores convidados a participar nos laboratórios (investigadores, agentes económicos, ativistas, políticos locais e intermunicipais).
A ligação entre cidadania, ciência e políticas públicas desenvolveu-se ao longo de um conjunto sequencial de sessões e atividades, que incluíram a produção de recursos visuais e documentais, visando a discussão conjunta de, por exemplo, causas e efeitos climáticos, extensão territorial dos problemas climáticos, possíveis soluções climáticas, contributos específicos de cada ator e entidade representada na operacionalização de soluções climáticas.
Assim, diferentes modelos de coprodução de conhecimento e cocriação de soluções foram mobilizados para permitir uma colaboração continuada que conduza ao desenho participativo de um plano de adaptação climático.
As experiências dos estudantes que participaram dos Cicli-Labs foram partilhadas no 1º Seminário ClimActiC, realizado em 1 de julho, na FPCEUP. Com o tema “Jovens e cidadania pelo clima”, o Seminário reuniu 104 pessoas – entre elas, 71 eram docentes e estudantes das escolas parceiras do ClimActiC.
O Projeto ClimActiC apresentou no dia 6 de julho de 2022 uma comunicação na 27ª Conferência International Association of People-Environment Studies (IAPS), organizada pelo Instituto Universitário de Lisboa (Iscte). A conferência decorreu em formato online.
Intitulada “Bridging citizenship, science and politics: Community-based laboratories for discussing and co-designing climate adaptation”, a comunicação é da autoria de Juliana Diógenes-Lima, Sara Pinheiro, Ana Cristina Torres, Bruna Pereira e Carla Malafaia.
Com a investigadora Juliana Diógenes-Lima como oradora da comunicação, o trabalho articulou as medidas de adaptação às alterações climáticas de planos de adaptação da região Norte de Portugal, onde o ClimActiC atua – Alto Minho, Alto Tâmega, Área Metropolitana do Porto, Ave, Cávado, Douro, Tâmega e Sousa e Terras de Trás-os-Montes – e as propostas discutidas pelos e pelas jovens estudantes com atores da comunidade local e regional. Estes momentos de discussão foram promovidos nos Laboratórios Climáticos Colaborativos, que se constituem como espaços participativos, desenvolvidos no âmbito do projeto para o desenvolvimento da resiliência climática.
A comunicação deu conta dos resultados de uma análise preliminar dos Planos de Adaptação, que identificou a ausência de mecanismos de integração de diferentes atores ou do envolvimento direto de jovens.
Leia mais no Livro de Resumos, publicado no site da 27ª Conferência International Association of People-Environment Studies (IAPS).
Organizado pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, o evento que decorreu entre os dias 5 e 8 de julho teve como tema ‘Global Challenges, Local Impacts – Rethinking governance, sustainability and consumption in light of climate change’.
Intitulada ‘Cidadania, ciência e política: laboratórios baseados na comunidade para discutir e co-desenhar a adaptação climática’, o trabalho é de autoria de Juliana Diógenes Lima, Sara Pinheiro, Ana Cristina Torres, Bruna Pereira e Carla Malafaia, investigadoras do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE), da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).
Foram apresentados os resultados preliminares acerca do desenvolvimento de espaços de comunicação e co-criação entre cientistas, jovens, ativistas, agentes económicos e decisores/as políticos/as, os CiCli-Labs, ou laboratórios colaborativos climáticos.
Desta forma, a comunicação pretendeu lançar luz à articulação entre duas dimensões: (i) as propostas climáticas discutidas nas 15 sessões dos laboratórios colaborativos climáticos, por jovens e atores locais, entre abril e junho de 2022, e (ii) as medidas de adaptação tal como delineadas pelos Planos de Adaptação às Alterações Climáticas, desenvolvidos por sete Comunidades Intermunicipais (CIM) do Norte de Portugal.
O Seminário contou ainda com a presença de 33 representantes da sociedade civil bem como de atores sociais envolvidos no Projeto ClimActiC, incluindo representantes da Comunidade Intermunicipal (CIM), do Movimento Onda Verde, da Greve Climática Estudantil (GCE) e da Rebelião Climática.
Das 13h30 às 17h30, o programa do seminário incluiu a sessão de abertura, seguida da apresentação dos resultados do primeiro ano do Projeto e uma mostra de posters desenvolvidos pelos estudantes das 8 escolas parceiras. Incluiu, ainda, uma mesa-redonda com estudantes, docentes e atores sociais que participaram nas atividades do ClimActiC.
Após a sessão de abertura, coordenada por Isabel Menezes (CIIE/FPCEUP), coordenadora do ClimActiC, Ana Cristina Torres e Carla Malafaia (CIIE/FPCEUP) apresentaram os resultados do primeiro ano do ClimActiC, período durante o qual foram desenvolvidos projetos comunitários escolares (perfis comunitários) e foram dinamizadas 15 sessões de laboratórios colaborativos (CiCli-Labs), em oito escolas de sete regiões do Norte de Portugal.
Os estudantes apresentaram os projetos desenvolvidos nas suas escolas e comunidades, no âmbito do ClimActic, através de posters, que espelharam a exploração de diversos problemas e soluções climáticas nas diferentes regiões. A discussão dos posters envolveu investigadores/as e professores/as da FPCEUP.
Por fim, a mesa-redonda contou com a participação de oito parceiros do Projeto ClimActiC: três estudantes, dois docentes, uma representante da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, uma representante da Greve Climática Estudantil (GCE) e uma representante da Rebelião Climática.
Nesta mesa-redonda, foram partilhadas as experiências de participação nas atividades do projeto ClimActiC, nomeadamente, no que se refere ao desenvolvimento dos perfis comunitários nas escolas e à participação nas sessões CiCli-Labs. Esta mesa-redonda foi moderada e dinamizada pelas duas bolseiras do projeto: Juliana Lima e Bruna Pereira.
Investigadoras do projeto ClimActiC apresentaram uma comunicação oral no seminário do projeto EDUTRANSFER, no dia 27 de janeiro, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Intitulada “Educação climática e metodologias participativas no desenvolvimento de perfis comunitários em escolas”, o trabalho é de autoria de Bruna Pereira, Juliana Lima, Sara Pinheiro, Carla Malafaia e Ana Cristina Torres.
A comunicação oral ocorreu na sessão “Metodologias participativas e a melhoria das práticas educativas em sala de aula” do EDUTRANSFER, com a oradora Bruna Pereira.
Apresentou-se o projeto ClimActiC, especificamente o contexto, os objetivos e as estratégias metodológicas participativas a serem utilizadas no desenvolvimento de perfis comunitários nas escolas.
O foco da comunicação foi sobretudo no contexto do Work Package 5 (WP5), nomeadamente no âmbito das especificidades da oficina de formação de professores, em ligação com os laboratórios colaborativos (WP1).
Com a temática “Aprender através de diversos contextos educativos: transferibilidade de práticas promissoras”, o evento ocorreu nos dias 27 e 28 de janeiro, nos formatos online e presencial. O projeto EDUTRANSFER integra o Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da FPCEUP.
No âmbito do Projeto ClimActiC: Criando Pontes entre Cidadania e Ciência para a Adaptação Climática, teve início, em 19 de janeiro, o curso de formação Educação para as alterações climáticas, através de perfis comunitários e parcerias de investigação, em regime b-learning.
A atividade é destinada aos/às docentes dos Agrupamentos de Escola da região Norte de Portugal, com os quais a equipa do ClimActiC está a desenvolver atividades e projetos educativos para as alterações climáticas.
Na imagem, um registo da sessão realizada a 2 de fevereiro, desenvolvida entre docentes e investigadoras do Projeto.